Cândida
Maria, natural de Natal-RN. nasceu em 23
de dezembro de 1941, filha de MANUEL
AUGUSTO BEZERRA DE ARAÚJO (13/11/1916) e
de MARIA OLGA BEZERRIL, de Pedro Velho-RN.
Dona
Candinha foi alfabetizada no Jardim de Infância Modelo, na Av. Rio Branco;
depois, foi matriculada no Colégio da Maculada Conceição, onde estudou do
Jardim ao término do Curso Pedagógico
Morou
na Av. Rio Branco e em seguida mudaram-se para um grande terreno na Praça
Tamandaré, que pertencera a seu avô e onde foram construídas casas geminadas
para a família. Sua infância foi feliz, no convívio dos irmãos e primos; era
calma, estudiosa, considerada modelo. Uma característica sua já era presente:
sua responsabilidade, que era tão inerente a sua personalidade, constantemente
cobrada pelos mais próximos e professores. Algo incômodo que persiste ...
Com oito anos, descobriu vocação musical e iniciou
estudos de piano, de 1952 a 1954 com a professora Iracema de Oliveira, no
Instituto de Música e depois com a professora Magnólia Monteiro de Azevedo
Pereira, que exerceu influência decisiva na sua existência.
Nos
concertos do Teatro Alberto Maranhão, tocava Beethoven, Chopin, Schumann, Villa
Lobos, Lourenço Fernandes. Interpretando Albeniz, ganhou medalha de ouro.
Gravou sua música na Rádio Rural, no programa de Cláudio Galvão intitulado “No
Mundo da Música”. Era uma virtuose aos 16 anos. Como a professora Magnólia
fundara o Curso Frederico Chopin, em 1955, foi estudar particular na sua
residência. Depois de algum tempo, a Professora convidou-a para ensinar aos
iniciantes. Embora na época não fosse comum uma “moça de família” trabalhar
–salvo se disso dependesse uniariamente, o que não era o caso, Candinha quebrou
sua primeira barreira, e foi ser mestra.
Quando
foi criada a Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
passou a ensinar lá e tratou de se especializar com o Maestro Waldemar de
Almeida. Fez concurso para monitora e depois foi aprovada em primeiro lugar no
vestibular para professora universitária.
em 27
de fevereiro de 1960, durante uma festa dançante. FERNANDO LUIZ GONÇALVES BEZERRA, natural de
Santa Cruz/RN, nascido no dia 20 de fevereiro de 1941, filho de João Bianor
Bezerra e Hermila Gonçalves; neto paterno de José Pedro Bezerra e Ana Bezerra
de Souza encantou-se com a bonita professora CÂNDIDA MARIA DE ARAÚJO BEZERRA. Ele de família tradicional. Casaram quatro anos
depois, em 20 de dezembro de 1965, viajando em seguida para os EUA, onde
Fernando faria pós-graduação em administração e Candinha curso de
especialização em música na Utah State University.
Lá,
ficou grávida do primeiro filho, HÊNIO DE ARAÚJO BEZERRA, que
nasceu em 1967 já em Natal e hoje é engenheiro elétrico e administrador. Depois
do parto, Candinha retomou ao ensino de música, e, sempre perfeccionista,
estudou piano com Gerardo Parente e harmonia com o maestro Clovis Pereira,
sempre na UFRN.
Os filhos foram nascendo: SÍLVIO DE ARAÚJO BEZERRA, em agosto de 1968 (hoje Engenheiro civil); FELIPE DE ARAÚJO BEZERRA, em junho de 1970 (depois arquiteto); EDUARDO DE ARAÚJO BEZERRA, em novembro de 1976 (administrador). Amados, hoje
profissionais de renome, alegria e orgulho dos pais. Inquieta e dinâmica, nossa
entrevistada não parou: em 1980, com a tia Iolanda Bezerril, criou a Pax
Turismo, agência de passagens, na qual trabalhou por 18 anos, até 1995.Na
Universidade, fez curso de Educação Artística, que ela já ensinava, pois
desejava abrir uma janela para as artes em geral, como artes plásticas,
expressão corporal, teatro e dança, além de piano, explorando a criatividade
dos alunos, encenando estórias, fazendo coreografias, etc. Aqui na província
foram criticadas pela inovação, mas na realidade precursoras nestas matérias
complementares, também de grande importância para a formação músico/cultural. A
equipe de professoras, além da própria Candinha, era formada por Fátima de
Brito, Nilza Lopes Galvão de Oliveira e a mana Maria Olga Aranha. As salas eram
autênticos laboratórios de pesquisa e criação em que as crianças eram
incentivadas a dar de si o máximo.
Fizeram
concertos didáticos e recitais, um LP com músicas compostas na sala de aula LP
“Canções Infantis” de 1982 e tiveram a felicidade de ver o trabalho reconhecido
além fronteiras, durante um encontro de Arte Educacional no Rio de Janeiro.
Nesta oportunidade, as consagradas Cecília Conde e Ana Mãe Barbosa eram
debatedoras e pregavam exatamente o que pioneiramente já era feito em Natal e
Porto Alegre, numa demonstração do inconsciente coletivo. Tal fato calou
profundamente nas professoras. Tevê, Voluntariado, Fotos
Ainda em
1982 Candinha participou, com os professores Fidjia Nicolaia, Dolores Portela e
Djair Henriques, de um programa na TV-Universitária que apresentava concertos e
recitais educativos. Relembra o fato de preferir ficar mais nos bastidores,
verificando iluminação e enquadramento junto aos câmeras, dirigindo
superposições e focos, prenunciando a excelente fotógrafa que seria
Fazia
assessoria na Pax, ensinava na UFRN e ainda era professora na Praia de Areia
Preta onde morou de 1967 a 84, indo depois para Morro Branco e atualmente
residindo na rua Antônio Lyra, sempre com o desejo de voltar a viver olhando o
mar, o que deve acontecer em breve
Neste
tempo mais ou menos 1980 iniciou um trabalho de voluntariado em Igapó, a
convite do Padre Thiago, dando duas horas do seu exíguo tempo em beneficio da
população mais carente. Seguia, após o término das aulas da Escola de Música da
UFRN, no seu fusquinha, das 18 horas em diante, para ensinar musicalização com
flauta doce para as professoras do Jardim-de-Infància daquele bairro.
A partir de 1981, essas professoras foram
orientadas para trabalhar com as crianças, daí surgindo o broto que floriria na
Orquestra de Igapó, 18 anos depois –1998 – e que funciona, com eficiência e
brilhantismo, no Núcleo Instrumentista de Igapó. Desde que casou, Candinha gostava
de fotografar na intimidade do lar e também, além dos filhos, amigos, eventos
nas escolas, etc. Eram fotos mais didáticas, para o seu acervo funcional.
Ocorre, porém, que as pessoas que viam estas fotos encantavam-se com a
qualidade. Em 1998 foi que começou a mostrar seu trabalho, por incentivo dos
amigos. Começou, então, a trabalhar diretamente ligada à cultura popular,
retratando grupos folclóricos, incentivada pelo sociólogo Dácio Galvão, da
Fundação Hélio Galvão, escritor e pesquisador.
FONTE - INTERNET